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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Aos ativistas virtuais

Cá estou para, mais uma vez, despejar meu descontentamento com a raça humana, esta miséria digna de repúdio. Naturalmente, não me excluo dessa desgraça generalizada... meu erro? (ou seria minha repetida burrice?) só alguém muito burro ou muito ingênuo continua acreditando em algo tão subjetivo como as palavras humanas. Meu incômodo pessoal acerca de uma determinada problemática (leia-se: a questão dos direitos animais) me fez tomar iniciativas individuais e coletivas e, a cada dia, me deparo com algumas conquistas e demasiados fracassos. Partindo da esfera particular, hoje me sinto um ser menos medíocre por ter alcançado e estar conseguindo manter um modo de vida anti especista, por conseguir - mesmo que, com um impacto ínfimo no restante da sociedade - ajudar algumas vidinhas sofridas. Mas ainda me incomodo, porque é egoísmo pensar que apenas adotando o veganismo ou vegetarianismo e resgatando para si alguns 'vira-latas' já se está fazendo o suficiente pelos seres não-humanos, e aquela história do "estou fazendo minha parte" ou "estou ajudando da forma que posso" deixa de fazer sentido quando você lembra que a maioria das pessoas continuam e continuarão indiferentes. Ninguém quer abandonar o conforto, a comodidade, a alienação e a inércia que esse modo de vida caótico nos faz sentir, passivamente. A esta altura, devemos então pensar e organizar nossas ações e formas de intervenção de modo coletivo, autônomo, coerente e consciente. E o que me entristece é que raras pessoas se dispõe a tal; todo mundo acha uma causa justa, sente pena dos animais, apoia subjetivamente e compartilha postagens nas redes sociais achando que "já está fazendo sua parte", mas pouco ou em nada ajuda, não causa nenhum impacto na realidade vivida/sofrida pelos não-humanos cotidianamente, e aqui vale ressaltar que os inúmeros problemas que enfrentamos são reais, NÃO VIRTUAIS, e para solucionar causas reais são necessárias atitudes reais, o que estes precisam, de fato, é de pessoas que realmente se comprometam e integrem essa causa como prioridade em suas vidas.

Este desabafo não é direcionado às pessoas comuns, mas sim aos protetores/ativistas posers, cujas ações não condizem com o que querem transparecer.

Um comentário:

  1. O pior que muitos desses lançam mão da internet como único meio de satisfazer suas liberdades, essa nova liberdade cibernética que ilude, confunde e acomoda, que não realiza a liberdade como algo real e sim apenas aparente!

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