Desde que viemos morar na pequena casa no alto da cidade, pensávamos em compartilhar algo com um outro ser, alguém agradável de se conviver como um animal não-humano. Num dia rotineiro qualquer, a caminho de casa, paramos num sinal e o vimos; tínhamos que decidir acerca daquela vidinha antes do sinal reabrir, foi a discussão sobre adoção mais rápida da qual já tive conhecimento. Coloquei-o sobre meu colo e seguimos, percebemos que estava machucado numa das patas inferiores, espelia sangue, tinha fome, sede e estava amedrontado. Julgamos tratar-se de uma fêmea e a chamamos Artêmis; depois de alguns dias sem melhoras, a levamos ao abrigo de animais onde recebemos auxílio veterinário e descobrimos nossa ignorância em relação a esta espécie, Artêmis é um macho! Desse dia em diante ele resgatou sua saúde - embora acreditemos que já tenha se desfeito de pelo menos algumas das suas 7 vidas - e agora brinca, corre, alimenta-se normalmente, como qualquer um de sua idade e recebeu novo nome pelos seus padrinhos: Tremendinho, o negro gato.
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